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O envelhecimento é uma doença. E, por ser uma doença, podemos tratá-la ao longo da vida. Ao fazer isso, tudo o que sabemos sobre a saúde humana será fundamentalmente alterado. Depois de 25 anos pesquisando o envelhecimento e tendo lido milhares de artigos científicos, se há um conselho que posso dar, uma maneira infalível de permanecer saudável por mais tempo é o seguinte: coma com uma frequência menor.

Já sabemos que a destruição de células senescentes em ratos proporciona uma vida mais saudável e bem mais longa. Mantém os rins funcionando melhor por mais tempo, tornando seus corações mais resistentes ao estresse. Suas vidas, como resultado, são 20% a 30% mais longas.

Se podemos usar o sistema imunológico para matar células cancerígenas, é lógico que podemos fazer isso também com células senescentes. Talvez, daqui a algumas décadas, um esquema típico de vacina também possa incluir uma injeção para evitar senescência quando as pessoas atingirem a meia-idade. As sirtuínas não são os únicos genes da longevidade. Dois outros conjuntos de genes podem oferecer vidas mais longas e saudáveis: a rapamicina (TOR), um complexo vitamínico que regula o crescimento e o metabolismo, e a AMPK, uma enzima de controle metabólico que evoluiu para responder a baixos níveis de energia.

Graças aos preços mais acessíveis do sequenciamento de DNA, acessórios pessoais inteligentes, enorme poder computacional e inteligência artificial, estamos nos movendo para um mundo em que as decisões de tratamento não precisam mais se basear no que é melhor para a maioria das pessoas. Essas tecnologias estarão disponíveis para grande parte das pessoas no planeta nas próximas duas décadas. Isso poupará milhões de vidas e prolongará o tempo de vida saudável médio, independentemente de prolongar o tempo de vida máximo. Há várias maneiras de acelerar a inovação para encontrar e desenvolver medicamentos e tecnologias que prolonguem a vida útil saudável. Se definirmos o envelhecimento como doença, pesquisas para preveni-la atrairiam mais doações, como as que são direcionadas para o combate ao câncer e ao Alzheimer.

Ronnie Coleman, o lendário fisiculturista vencedor do Mr. Olympia por oito vezes, é um exemplo extremo do sacrifício do “tempo de vida” em busca da glória. Seu corpo, uma obra-prima esculpida através de treinos intensos e dietas rigorosas, pagou um preço alto. O fisiculturismo profissional exige uma dedicação que vai além dos limites do corpo humano, resultando em lesões e desgaste físico que, com o tempo, comprometeram a saúde de Coleman. Ele enfrentou inúmeras cirurgias e hoje lida com problemas crônicos que impactam sua qualidade de vida.

Coleman perdeu parte de seu “tempo de vida” saudável em troca da glória no Mr. Olympia. Essa perda é refletida na degradação acelerada de sua saúde física, exemplificando como a busca incessante pela perfeição física pode levar a uma redução significativa na longevidade saudável. A dedicação extrema ao esporte e a busca pela excelência levaram Coleman a ultrapassar limites que o corpo humano naturalmente impõe, resultando em danos permanentes.

O contraste entre a glória momentânea e a deterioração da saúde a longo prazo de Ronnie Coleman levanta uma questão crucial: até que ponto vale a pena sacrificar a saúde futura pelo sucesso presente? A história de Coleman serve como um alerta sobre os riscos associados ao fisiculturismo extremo e a importância de equilibrar a busca pelo sucesso com a preservação da saúde a longo prazo. Em um futuro onde o envelhecimento pode ser tratado, histórias como a de Coleman nos lembram da importância de cuidar da saúde em todas as etapas da vida.

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