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Em 2007, o editor Kevin Kelly e o jornalista Gary Wolf da revista de tecnologia americana Wired criaram o conceito, movimento e fenômeno chamado Quantified Self (QS). Os frontmen da Wired organizaram a primeira reunião no Vale do Silício em 2008 para os interessados ​​no tema. No verão de 2009, a Wired publicou uma reportagem de capa chamada “Know Thyself: Tracking Every Facet of Life, from Sleep to Mood to Pain, 24/7/365”. 

 

Os jornalistas da Wired criaram um site associado ao fenômeno que chamaram de Quantified Self. Seu slogan o definia como “Autoconhecimento através dos números”.

 

Hoje em dia, a auto-medição faz parte da cultura dominante. Na última década, o mercado foi inundado com vários rastreadores de atividades e dispositivos de medição. Muitos smartphones também apresentam diferentes tipos de sensores e aplicativos de medição que produzem dados sobre movimento, gasto calórico e sono. Várias técnicas de medição também podem ser utilizadas para monitorar as horas de trabalho

Esse fenômeno também foi estudado em um dos grandes centros da temática  a Finlândia.Os pesquisadores da Universidade de Helsinque Minna Ruckenstein e Mika Pantzar identificaram as seguintes características do movimento Quantified Self:*

 

  • A automedição não é um fenômeno novo – por exemplo, Norbert Wiener, o pai da cibernética, estudou o corpo humano como um sistema que produz e recebe informações no início de 1900
  • A automedição envolve o automonitoramento por meio de vários sensores conectados a um smartphone
  • A auto-medição envolve “dataísmo”, o conceito de dados sendo uma ferramenta importante no autodesenvolvimento
  • A auto-medição destaca a visualização de dados e a percepção de relações causais
  • Loops de feedback criados por dispositivos de monitoramento podem ajudar a mudar o comportamento
  • Transparência e sociabilidade são enfatizadas na coleta e compartilhamento de dados
  • O objetivo da medição pode não ser a otimização – pode ser uma maneira de se fazer novas perguntas
  • A coleta e visualização de dados também podem ser um meio de autoexpressão

 

O foco está no indivíduo que é sujeito e objeto de medição. O principal método além da coleta de dados é a análise de dados e comparação com outros fatores. A auto-medição produz dados que não têm sentido sem o contexto explicativo. Os números são visualizados e podem ser editados para fácil comparação com dados produzidos por outras pessoas. 

 

Os dados coletivos coletados sobre indivíduos também podem ser chamados de “Big Data”.

 

A auto-medição alcançou áreas historicamente novas:

  • Estudar mutações genéticas e utilizar esses resultados para a saúde e o bem-estar
  • Testes laboratoriais abrangentes e uso desses resultados para otimizar a nutrição
  • A gamificação da auto-medição, aumentando assim o significado e a natureza recompensadora da auto-medição
  • Estudar o microbioma e usar essas informações para afetar a tensão microbiana nas membranas mucosas e no intestino
  • Utilizando coaching de longa distância e inteligência artificial para várias recomendações de estilo de vida

 

A armadilha potencial da auto-medição é que a medição e a coleta de dados podem se tornar o objetivo em si. Portanto, as informações coletadas podem não necessariamente mudar a vida do indivíduo para melhor – podem até agravar neuroses e preocupações e trazer resultados desagradáveis. A medição também pode se tornar viciante.

 

Biohacking não é igual ou requer auto-medição. Biohacking envolve perceber o ser humano como um todo e implementar mudanças em todo o seu sistema. 

A auto-medição, por um lado, pode fornecer um meio para estabelecer hipóteses e analisar resultados de testes pessoais. 

 

Biohacking é um conceito muito mais amplo do que auto-medição e alta performance. 

 

Em uma situação ideal, a medição torna-se redundante, pois o indivíduo é capaz de decifrar os sinais produzidos por seu corpo e alterar seus padrões de comportamento de acordo. No entanto, devido aos seus ciclos de feedback, a auto-medição pode acelerar o aprendizado.

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